Fichamento II


FICHAMENTO II


CYSNEIROS, Paulo Gileno. Novas Tecnologias na Sala de Aula: Melhoria do ensino ou inovação conservadora?

Resumo:

Os autores discorrem sobre a questão da tecnologia na educação, mostrando sobre a história da tecnologia na educação e indagando a sobre o seguinte tema: as novas tecnologias levam a melhoria do ensino ou a uma inovação conservadora? Desse modo, o autor relata suas experiências no texto sobre palestras e conversas com outros professores e as formas de entender e utilizar a tecnologia dentro da escola.

O autor procura destacar a importância de utilizar as novas tecnologias com uma nova forma de ensino, ao invés de usá-las da mesma maneira que uma escola tradicional sem esses recursos. Seus argumentos se baseiam em que muitos professores estão presos a necessidade do aluno de copiar exercícios e ter materiais impressos para fazer as atividades, o que demonstra a utilização das tecnologias para esses fins, sem nenhuma inovação no ensino. A discussão do autor é sobre o uso das novas tecnologias como uma inovação, porém conservadora, não modificando as barreiras do ensino. O desafio proposto é de o professor utilizar as tecnologias a seu favor, com novas formas de ensino e de aprendizagem.

Citações Principais do Texto:
“Qualidade... a gente sabe o que é, e, ao mesmo tempo, não sabe. Isso é contraditório. Mas algumas coisas são melhores do que outras, ou seja, têm mais qualidade... Mas o que é “ser melhor”? Porém se a gente tenta definir qualidade, isolando-a das coisas que a possuem, então puf! – já não há o que falar... [i], (p. 175).” (p. 11)

“Nas grandes cidades, as salas de aula de tais escolas tem pouco espaço físico, são ruidosas, quentes e escuras, desencorajando qualquer outra atividade que não seja a aula tradicional. A arquitetura pobre e o mobiliário desconfortável e precário dificultam o trabalho intelectual de alunos e mestres. São instituições dependentes da administração central das redes escolares, em contextos de forte dependência da burocracia cristalizada e das oscilações de quem estiver no poder.” (p. 12).

“O professor encontra-se sobrecarregado com as aulas em mais de um estabelecimento, falta-lhe tempo para estudar e experimentar coisas novas, recebe baixos salários. Em tais escolas tenho encontrado pessoas ensinando matérias que não dominam, como também casos incipientes de alcoolismo e um semi-absenteísmo camuflado, com o professor evitando sempre que pode a sala de aula ou fazendo de conta que ensina, em parte resultado de um esgotamento profissional prematuro.” (p. 12).       

“Após algum tempo surge outra tecnologia e o ciclo recomeça, com seus defensores argumentando que foram aprendidas as lições do passado, que os novos recursos tecnológicos são mais poderosos e melhores que os anteriores, podendo realizar coisas novas, conforme demonstram novas pesquisas. E o ciclo fecha-se novamente com o uso limitado e fanhos educacionais modestos.” (p. 13).

“Nossa utopia é sempre tentar mudar a história futura para melhor, e não defendo posições tradicionalistas ou contrárias à tecnologia na educação. Vejo as novas tecnologias como mais um dos elementos que podem contribuir para melhoria de algumas atividades nas nossas salas de aula. Por outro lado, também não adoto o discurso dos defensores da nova tecnologia educacional, que mostram as mazelas da escolas (algo muito fácil de se fazer), deixando implícito que nossos professores são dinossauros avessos a mudanças. É um discurso tentando nos convencer a dar mais importância a objetos virtuais, apresentados em telinhas bidimensionais, deixando implícito que a aprendizagem com objetos concretos em tempos e espaços reais está obsoleta.” (p. 14).

“O fato de se treinar professores em cursos intensivos e de se colocar equipamentos nas escolas não significa que as novas tecnologias serão usadas para melhoria da qualidade do ensino.” (p. 15).

“Atualmente a inovação conservadora mais interessante é o uso de programas de projeção de tela de computadores, notadamente o PowerPoint, com o qual o espetáculo visual (e auditivo) pode tornar-se um elemento de divagação, enquanto o professor solitário na frente da sala recita sua lição com ajuda de efeitos especiais, mostrando objetos que se movimentam, fórmulas, generalizações, imagens que podem ter pouco sentido para a maioria de um grupo de aprendizes. A inatividade (física e mental) do aprendiz é reforçada pelo ambiente da sala, geralmente à meia luz e com ar condicionado. Como veremos mais adiante, tais tecnologias amplificam a capacidade expositiva do professor, reduzindo a posição relativa do aluno ou aluna na situação de aprendizagem.” (p. 16).

 “Vários autores reconhecem que os usos educativos das tecnologias da informação na última década – instrução assistida por computador (CAI), informações em rede, aprendizado à distância – foram embasados em métodos pedagógicos tradicionais: fluxo unidirecional de informações, tipicamente um professor falando ou comentando imagens para alunas e alunos passivos.” (p.17).

Comentários (parecer e crítica):
Baseado no texto, podemos notar que há uma defasagem no uso das tecnologias nas escolas, pois ao invés delas serem utilizadas como uma nova forma de ensinar, um novo modo de aprender, as tecnologias estão sendo utilizadas para substituir os livros e os quadros branco e negro, assumindo as suas funções. As tecnologias devem ser utilizadas através de sua riqueza de detalhes e informações, para que de uma maneira mais dinâmica possa transmitir o conteúdo e atingir a todos os alunos e alunas. Se as tecnologias servirem apenas para substituir o caderno ou o quadro de anotações, não estão utilizando as tecnologias de maneira adequada, sendo tedioso para os participantes.

A inovação conservadora é algo que acontece muito nas escolas, pois mesmo ensinando os professores a utilizar as tecnologias, estes não estão planejando as suas aulas de uma forma inovadora com as tecnologias ao seu favor. Muitos professores ainda possuem a ideia de uma educação tradicional, sentados em carteiras atrás das outras, no qual os alunos copiam o que estão no quadro, sendo a tecnologia usada como caderno e quadro. É uma questão que ainda está em debate para os professores aprenderem a modificar sua forma de ensino a favor das tecnologias e de um ensino e aprendizagem que fale a língua dos alunos.

Questionamentos (questões levantadas e dúvidas):
Com as tecnologias na educação, deveria ser feitos cursos para professores se atualizarem e aprenderem a utilizar elas a seu favor. O que está acontecendo no país é a falta de pessoas especializadas que possam ensinar aos professores novas formas de ensino-aprendizagem para compreenderem e assim transmitirem para os alunos. O professor deve internalizar que o uso das tecnologias deve romper com sua velha forma de ensinar, com o ensino tradicional, para que assim, possa atingir a linguagem de seus alunos.

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